
O que é a menopausa?
A menopausa é o momento da vida da mulher caracterizado pelo fim da menstruação. O início dos sintomas da menopausa surgem por volta dos 50 anos, com um espetro que vai dos 48 aos 54 anos. Ocorre porque a mulher começa a perder gradualmente a sua função ovárica e, portanto, a produção das hormonas femininas diminui: os estrogénios e a progesterona.
Habitualmente, a perda hormonal não se realiza de forma brusca; a mulher passa por diferentes etapas:
Quais são os sintomas habituais na menopausa?
Entre os principais sintomas da menopausa destacam-se, pela ordem que se segue:
- Afrontamentos: 48,2%.
- Dores nas articulações: 41,5%.
- Secura vaginal: 32,6%.
- Diminuição da libido: 32,5%.
- Suores noturnos: 28,5%.
- Aumento de peso, ansiedade, insónia continuada, alterações de humor, flacidez da pele: entre 20-25%.
- Stress, irritabilidade, fadiga, secura ocular, perdas de urina, perdas de memória a curto prazo: entre 15-20%.
- Comichão, perda de autoestima, depressão: menos de 15%.
Diferentes tratamentos podem ajudar a minimizar os sintomas da menopausa. Antes de mais, há que identificar em que etapa te encontras e qual é a sintomatologia específica que estás a sentir. Em função das necessidades de cada mulher, de forma individualizada, o ginecologista deverá determinar o melhor tratamento.
Posso fazer algo para aliviar os sintomas da menopausa ou prevenir doenças?
O tratamento deve destinar-se, sobretudo, à prevenção das complicações a longo e a médio prazo e ao alívio dos sintomas da menopausa a curto prazo:
Fazer check-ups médicos ajudar-te-á a detetar o risco de doenças.
Ir a consultas de ginecologia periódicas permitir-te-á fazer as mamografias e citologias correspondentes para prevenir complicações.
Não fumes. Dois anos depois de deixares o vício, o risco de ataque cardíaco volta ao valor médio populacional e o risco de cancro do pulmão diminui cerca de um terço.
A Terapia Hormonal de Substituição (THS) pode melhorar os sintomas depressivos. Trata-se de um tratamento cuja função é substituir os estrogénios (hormonas responsáveis pelas funções sexuais femininas) que os ovários deixam de produzir durante a menopausa. Só é aconselhável se tiver sido recomendada por um médico da tua confiança.
Quais são as doenças mais frequentes associadas à menopausa?
As doenças cardiovasculares, a osteoporose e o cancro da mama são as doenças mais frequentes associadas à menopausa. Em 85% das mulheres, a deterioração da sua qualidade de vida está relacionada com o aparecimento destas patologias.
Como posso prevenir a osteoporose?
Para manter os ossos fortes, o corpo está sempre a eliminar osso velho, que é substituído por osso saudável. Por questões biológicas, a quantidade máxima de massa óssea nas mulheres é inferior à dos homens, e, com a perda hormonal causada pela menopausa, perdem mais osso do que substituem. Estima-se que entre 30% e 50% das mulheres na menopausa apresentem osteoporose; no entanto, existem muitos fatores que podem retardar ou atenuar a osteoporose. Procura fazer exercício físico regular e moderado e evita o peso excessivo.
E os problemas de colesterol e hipertensão?
Frequentemente, os problemas do colesterol e da hipertensão estão diretamente relacionados com doenças cardiovasculares, pelo que deves prevenir e controlar tanto os níveis de colesterol como os da tensão arterial; evita as gorduras e o sal, principalmente.
Não me sinto muito animada. O que é que posso fazer?
- Fala com a tua família sobre como te sentes: ajudar-te-á a pôr as tuas inquietações em ordem e eles conseguirão entender-te muito melhor.
- Se tiveres filhos, pensa que, apesar de serem crescidos, ainda precisam de ti. Tenta não mostrar o teu desânimo e ajuda-os.
- Cuida de ti, mantém-te ativa física e mentalmente.
Tenho perdas de urina quando me rio, tusso ou espirro. O que devo fazer?
As alterações hormonais próprias da menopausa podem causar-te perdas de flexibilidade no tónus muscular e o enfraquecimento dos músculos da bexiga, são sintomas da menopausa normais. Por isso, é provável que surjam ligeiras perdas de urina quando fazes algum esforço, por mais pequeno que seja. Hoje em dia, existe uma grande variedade de produtos absorventes para perdas de urina, adaptados às necessidades de cada mulher. Felizmente, podes voltar a fortalecer os músculos pélvicos realizando simples exercícios que contribuem para que as perdas de urina atenuem, ou mesmo, desapareçam; são os denominados exercícios de Kegel.
Em que é que consistem os exercícios de Kegel?
Os exercícios de Kegel foram idealizados para fortalecer os músculos do pavimento pélvico. São exercícios muito fáceis que consistem em contrair e em relaxar os músculos pélvicos em séries de 5 minutos. Estes exercícios contribuem para manter um melhor controlo vaginal, urinário e do reto. Podem ser realizados em qualquer lugar, em qualquer momento do dia e sem que ninguém se aperceba.
Sugerimos-te três posições:
- Sentada com as lombares assentes no encosto e os antebraços apoiados nas coxas.
- Deitada de costas no chão e com as mãos por baixo das nádegas.
- De pé com as pernas ligeiramente afastadas.
Contrações:
- Contrai os músculos do pavimento pélvico e aguenta 5 segundos.
- Respira suavemente e relaxa durante 5 segundos.
- Para saber se estás a exercitar os músculos corretos, contém voluntariamente a saída da urina e depois continua a esvaziar a bexiga espontaneamente.
Aconselhamos-te a usar esta técnica apenas para identificar os músculos em questão, mas não habitualmente, pois pode causar infeções urinárias. É normal que, no início, não consigas manter a contração durante 5 segundos seguidos nem que os faças as vezes previstas, mas dia após dia verás que cada vez será mais fácil conseguir. Os resultados começam a fazer-se notar ao fim de 3 meses e a maioria das mulheres melhoram o seu controlo da urina um ano após iniciarem o programa.